Caminhos da indústria automotiva para mobilidade sustentável de baixo carbono

Depois do etanol, Pró-Álcool, veículos flex e biocombustíveis, a eletrificação ganha mercado rumo à mobilidade sustentável de baixo carbono.

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O caminho para a mobilidade sustentável de baixo carbono passou pelo etanol na década de 80 e o programa Pró-Álcool, criado para reduzir a dependência da importação de petróleo em meio à crise. Em 2000, com abundância de etanol, iniciaram os lançamentos dos carros flex e os biocombustíveis chegaram mais recentemente para complementar à estratégia para o caminho da descarbonização. Foi o que explicou Gábor Deák, Diretor de Tecnologia do Sindipeças, quando abordou o tema “Os desafios da indústria automotiva no Brasil”, no “Abra Talks”, evento virtual mensal da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais que conta com o patrocínio do Grupo Supply Service, realizado no dia 09 de junho. “Hoje, a eletrificação é importante para a mobilidade sustentável de baixo carbono e está sustentada por três pilares: eficiência energética, eficiência ambiental e pegada de carbono de combustível”, afirmou.

Globalmente, a venda de veículos eletrificados vem crescendo de forma relevante. Em 2010, a produção global de veículos eletrificados (incluindo BEV – Batery Electric Vehicle, HEV -Hybrid Electric Vehicle, PHEV – Plug-in Hybrid Electric Vehicle e MHEV – Mild Hybrid Electric Vehicle) somava 1%, passou para 3% em 2015, totalizando em 2020, 11%.

Com o objetivo de contribuir com um plano para combater o aquecimento global; estimular P&D no país; gerar mais empregos; estimular a convergência entre programas e iniciativas governamentais, como Rota 2030, Proconve, entre outros; e recomendar nova metodologia de cálculo que englobe as emissões geradas desde o Poço à Roda (produção de combustíveis ao escapamento), em fevereiro de 2021, o Sindipeças, VW, Toyota e Única criaram o programa MSBC – Mobilidade Sustentável de Baixo Carbono. “O objetivo é o baixo carbono em todo o ciclo de vida”, comentou.
Para ele, é preciso agir rápido e usar todas as opções de forma complementar. “Os veículos híbridos de etanol têm as menores emissões de CO2 em seu ciclo de vida. No Brasil, de acordo com as estimativas, nos híbridos de etanol, a emissão é de 86 gCO2e/km, enquanto no elétrico, 95 gCO2e/km em 2020”, ressaltou Deák. Já na Europa, a emissão do elétrico era de 133 gCO2e/km em 2018, enquanto o híbrido a gasolina, 173 gCO2e/km. “Depende também da matriz energética, se mais limpa ou não”, disse.

Em médio ou longo prazo, tudo caminha para a célula de combustível com bioenergia e hidrogênio verde, segundo Deák. Mas, de acordo com manifestações recentes de alguns dirigentes de montadoras, motores a combustão podem persistir por mais uns 10 anos ou até nunca serem abandonados de fato, bem como o etanol será opção para neutralidade de carbono.

Para João Moura, presidente da Abrafiltros, o evento foi ótima oportunidade para conhecer quais os caminhos que as indústrias automotivas estão percorrendo para chegar à mobilidade sustentável de baixo carbono.

A edição de junho do programa, teve início às 9h, com o engenheiro Alex Alencar, Vice-presidente do Setor Industrial da Abrafiltros, apresentando o tema “Importância da proteção de reservatórios hidráulicos contra agentes externos”. Em seguida, Vanessa Silva Granadeiro Garcia, bióloga com atuação na área de pesquisa., falou sobre “Tratamento de efluentes via processo oxidativo avançado: irradiação por feixe de elétrons”, e Deák finalizou.

O próximo evento acontecerá dia 14 de julho, das 9h às 11h.

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