Vendas de carros elétricos e híbridos, balanço de oito anos de isenção e prévia de setembro

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A venda de carros elétricos e híbridos deve fechar o ano de 2023 com volume acima de 80 mil unidades, mas seu ciclo de crescimento pode ser interrompido pelo retorno do imposto de importação.

Hoje os veículos elétricos estão isentos do imposto de importação e os veículos híbridos estão com a alíquota reduzida para as faixas de 2% até 4%, ante os 35% que são cobrados dos modelos importados a combustão.

Cabe lembrar que a isenção de impostos para os modelos elétricos, vigora desde o ano de 2015/2016, a intenção da redução era incentivar a indústria no desenvolvimento de veículos de novas energias, atrair toda uma cadeia de fornecedores do setor e tornar os produtos mais acessíveis ao consumidor.

Toda isenção ou benefício precisa ter uma estratégia bem definida, senão o sacrifício de arrecadação tributária vai pelo ralo, não existe nenhuma lógica em abrir mão de bilhões em arrecadação se não houver uma contrapartida dos envolvidos.

Positivamente a isenção atraiu três novos fabricantes chineses, GWM com fábrica em São Paulo, que deve iniciar a produção em 2024 e BYD com fábrica na Bahia, que deve iniciar sua produção em 2025, além da Caoa Chery.

A produção nacional de veículos 100% elétricos permanece próximo do zero, já nos modelos híbridos temos a Toyota com o Corolla e Corolla Cross, ambos com tecnologia HEV/Flex, Caoa/Chery com o Tiggo 5X e o Tiggo 7X, ambos HEV/Flex.

Cabe agora aos envolvidos fazerem um balanço dos ganhos e perdas nesses oito anos de isenção, inclusive corrigindo os erros.

Um dos objetivos da isenção era tornar as novas tecnologias mais acessíveis aos consumidores, em algumas marcas é fácil perceber o total repasse do benefício aos seus preços, em outras não, os critérios não estão claros. É importante destacar que a isenção ou redução é do imposto de importação, os outros tributos como IPI, ICMS, PIS e Cofins não tem redução ou isenção, em teoria esses modelos tem a mesma tributação dos produzidos em território nacional. .

Outro objetivo obviamente era a redução de emissão de gases poluentes, no caso dos modelos híbridos faltou uma definição clara de metas de redução, principalmente nos modelos com tecnologia híbrida leve/ gasolina.

Entre acertos e erros um novo mercado surgiu, o consumidor pode comparar as tecnologias e seus ganhos, versões elétricas e híbridas estão chegando com pacotes de novas tecnologias, disponíveis apenas nas versões mais salgadas dos veículos nacionais.

Enquanto a indústria local pedia prorrogação dos sensores de estabilidade, os modelos importados elétricos e híbridos chegaram com pacotes de segurança e conforto semelhantes aos oferecidos nas linhas Premium.

Temos que também destacar que a importação em escala só foi possível pelos altos investimentos feitos em infraestrutura de rede, treinamento, importação de peças, assistência técnica, garantindo aos compradores toda a assistência necessária, fora a geração de novos empregos.

Foram vendidos entre os anos de 2013 e 2022, 126.358 autos e leves de novas energias, sendo 13.278 elétricos, 2.226 híbridos diesel, 45.217 híbridos a gasolina, 55.763 híbridos/flex (produzidos no Brasil).

Em nossa projeção serão vendidos aproximadamente nesse exercício, 84.000 mil veículos, sendo 11.879 elétricos e 72.121 híbridos, nas versões híbridas estamos projetando 2.677 híbridos diesel, 41.698 híbridos/gasolina e 27.746 híbridos/flex (produzidos no Brasil).

Devemos encerrar o de 2023 com mais de 210 mil veículos de novas energias comercializados nesses 10 anos, desses aproximadamente 55 mil serão veículos montados no Brasil pela Toyota e Caoa Chery.

RANKING DE VENDAS MODELOS ELÉTRICOS

O segmento de autos e leves elétricos vendeu até o dia 19 de setembro 907 unidades, nesse ritmo deve encerrar o mês com o melhor resultado do ano.

O modelo elétrico mais vendido na parcial de setembro é o BYD Dolphin, com 476 unidades, no acumulado do ano ele já está na segunda posição com 944 unidades, a marca já havia anunciado mais de 3.000 pré-vendas, portando ele segue rumo a liderança geral dos elétricos.

A segunda posição da parcial também é da BYD, com o modelo Yuan Plus, foram vendidos até o dia 19 de setembro 64 unidades, no acumulado do ano o modelo está na terceira posição com 699 registros.

Fecha o trio dos modelos elétricos o Volvo XC40, com 61 unidades vendidas, no acumulado do ano ele está na primeira posição com 1.132 unidades emplacadas.

No ranking de marcas elétricas a liderança com folga é da BYD, com 605 unidades na parcial e 2.257 no acumulado.

A segunda posição do mês e do acumulado é da Volvo, com 100 registros na parcial e 1.551 no acumulado, nessa semana a marca iniciou a pré-venda de seu novo modelo EX-30, que segundo o fabricante foi um sucesso com mais de 1.000 pré-vendas, o senão é que o modelo não deve estar disponível para emplacamento no ano de 2023, sua versão de entrada parte do preço de R$219.950,00.

A terceira posição da parcial do mês é da Renault com 36 registros, no acumulado a terceira posição é da BMW com 614 vendas.

RANKING DE VENDAS MODELOS HÍBRIDOS

O segmento de veículos híbridos vendeu até o dia 19 de setembro 3.669 unidades, nesse ritmo as vendas devem encerrar o mês entre 6.000 até 7.000 unidades.

A liderança dos modelos na parcial do mês é da GWM, com 705 unidades vendidas, no acumulado do ano o SUV híbrido já vendeu 5.272 veículos e está na terceira posição.

Na segunda posição da parcial temos o Toyota/Corolla Cross com 503 registros, o modelo é líder no acumulado com 8.139 unidades.

A liderança das marcas híbridas é da Toyota com 14.110 vendas, na segunda posição temos a Caoa Chery com 8.932 e fecha o trio da parcial a GWM com 5.272.

Temos ainda muitas novidades que devem desembarcar no Brasil ainda no ano de 2023 e no primeiro trimestre de 2024.

Desejamos a todos sucesso e boas vendas.

Autor Marcelo Cavalcante de Lima

Mais de vinte anos lidando com clientes, orientando negócios de maneira honesta e confiável, garantido sólidos relacionamentos comerciais. Especialista no desenvolvimento de equipes comerciais, financeiras e administrativas. Pós Graduado em Team Management pela FGV e em Recursos Humanos.

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