As consequências do conflito entre Rússia e Ucrânia na economia brasileira

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Muito triste acordar com uma notícia dessa que pode impactar não só as economias pelo mundo, mas também muitos inocentes.

No mercado financeiro o que podemos esperar são dias turbulentos e entender cada vez mais a importância da diversificação quando falamos de investimentos.

Bolsas de valores despencando no mundo inteiro, preço do petróleo, gás, trigo e milho subindo e fuga dos investidores para os ativos de menor risco é o cenário que vemos pela frente.

Na contramão do mundo a Bolsa brasileira está em rota de valorização e o dólar registra o menor valor em meses, reflexo de uma forte entrada de recursos estrangeiros no país que resolveram aproveitar a forte desvalorização dos ativos e a crescente taxa de juros na renda fixa.

Se por um lado a entrada de recursos estrangeiros faz o dólar cair, por outro as empresas de commodities (petróleo, minério de ferro, celulose, soja etc.) se beneficiam do cenário de alta dos preços.

As commodities são produtos básicos negociados em bolsas internacionais e sustentam as principais exportações do Brasil. Preços mais altos são boas notícias para a receita das empresas exportadoras que faturam e lucram mais.

Atualmente, o Ibovespa é formado por 84 ações, das quais 13 são grandes exportadoras de produtos básicos. Historicamente essas ações têm altas bem maiores que o índice e acabam “puxando” o índice para cima.

A dúvida é: será que a alta no preço das commodities é capaz de segurar a Bolsa por muito tempo? Sempre que há uma crise política grave, papéis de maior risco, como ações, são afetados.

Da mesma forma que investidores vêm oportunidade de investir em ativos baratos no Brasil, a velocidade de saída em um cenário de risco provocado por uma guerra e pela instabilidade econômica mundial é grande.

Ativos como ouro, dólar ou mesmo investimentos em uma economia forte como a americana, são o porto seguro em momentos incertos. A fuga de recursos para ativos de menor risco pode fazer o dólar voltar a subir e o preço das ações caírem.

Mas não é só o mercado financeiro que sofre as consequências, preços elevados também afetam o bolso das famílias e geram ainda mais inflação.

Com a inflação elevada surge a necessidade de subir ainda mais os juros, juros mais altos dificultam o crescimento da economia.

Como se proteger então?

Quando falamos de investimentos vale a famosa e antiga orientação: “nunca deixe todos os ovos na mesma cesta”.

Ter uma carteira de investimentos equilibrada, com ativos de renda fixa que possam se aproveitar da alta da taxa de juros, uma pequena parte em Bolsa para aproveitar a alta dos preços das commodities e uma parte de proteção em ativos como ouro e dólar, trará o equilíbrio em qualquer cenário.

Já para quem ainda não investe e precisa de crédito, ou até fazer algum investimento na empresa, avaliar o cenário e ter cautela para assumir novos compromissos financeiros pode ser a melhor alternativa.

Economista, Planejadora Financeira CFP®️ – Certified Financial Planner, Consultora de Investimentos CVM, pós-graduada em Negócios Bancários (FGV-SP) e em Psicologia Positiva (PUC-RS). Possui mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, atuando nos maiores bancos do país.

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