O efeito pandemia nos carros por aplicativo

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Quem aqui nunca solicitou um carro por aplicativo, não é mesmo?

Lançado em 2009 um dos aplicativos de transporte mais usados no país, o Uber, iniciou suas operações no Brasil com a ideia inicial de trabalhar somente com carros luxuosos e um público-alvo de pessoas que queriam luxo, mas também a comodidade de não precisar pagar o serviço prestado com dinheiro.

Na medida que o serviço se tornou popular, apesar de várias polêmicas com relação à regulamentação, a empresa cresceu rapidamente e foi ganhando visibilidade.

Logo surgiram novas startups como a 99, Didi, Easy e a extinta Cabify que, apesar de entrarem em um mercado onde a Uber reinava sozinha, mostraram que o mercado de mobilidade urbana é enorme e tinha muito espaço para os concorrentes.

O surgimento destes aplicativos de mobilidade trouxe um marco importante de mudança na sociedade. Além de facilitar o transporte em determinadas regiões, um dos pontos mais relevantes desta transformação chamada de “uberização” foi a geração de novas formas de emprego e renda.

Se por um lado esta relação envolve uma precarização do trabalho pela falta de uma relação de emprego formalizada, por outro, nos momentos de crise e desemprego, foi uma das profissões que mais rapidamente cresceu no país.

Segundo o IPEA, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, o número de pessoas ocupadas no setor de transporte de passageiros por conta própria em 2016 era em torno de 800 mil.

Este número chegou a 1,3 milhões no final de 2019 e após o início da pandemia chegou a cair para 950 mil encerrando 2021 com 1,1 milhão.

Foi justamente a falta de oportunidades de trabalho que fez muitos brasileiros entrarem nesta função.

Os impactos da pandemia em todo o mundo trouxeram não só impactos de saúde e sociais como também econômicos.

Os custos crescentes de combustível, manutenção dos veículos e queda na utilização causadas pelo home office e lockdown, inviabilizaram o trabalho uma vez que os motoristas autônomos já não conseguiam mais lucrar com as corridas.

Mas toda crise sempre gera uma oportunidade. E foi o que aconteceu com o comércio eletrônico que cresceu rapidamente com a eclosão do coronavírus.

De eletrônicos a itens essenciais, o crescimento do comércio eletrônico também impulsionou outro setor que foi o de transporte para fazer frente a estas entregas.

Investir em frota própria demanda um grande capital, então a saída para algumas empresas foi a terceirização.

Algumas plataformas como Eu Entrego, Lalamove e Borzo Delivery se especializaram em realizar a intermediação entre entregadores e estabelecimentos e passaram a cadastrar pessoas com seus carros particulares para realizarem este trabalho.

Da mesma forma que ocorria no transporte de passageiros, agora estes motoristas dedicariam suas horas de trabalho e seus veículos a realizar entregas de mercadorias.

Existem algumas desvantagens nesta relação de trabalho tanto para as empresas que perdem o controle completo sobre o processo, quanto para os motoristas que continuam sem uma relação de trabalho formalizada.

Mas não podemos negar que a pandemia do coronavírus de fato trouxe muitas mudanças para a economia e para a mobilidade urbana em todo o mundo.

Economista, Planejadora Financeira CFP®️ – Certified Financial Planner, Consultora de Investimentos CVM, pós-graduada em Negócios Bancários (FGV-SP) e em Psicologia Positiva (PUC-RS). Possui mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, atuando nos maiores bancos do país.

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