A atenção deve ser redobrada na hora de adquirir autopeças técnicas via comércio eletrônico

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As oficinas reparadoras sempre precisaram de atenção na hora de adquirir autopeças técnicas via comércio eletrônico. Em tempos de pandemia, com o boom das vendas pela internet, esta atenção precisa ser ampliada.

O mercado ilícito, há tempos, ronda o setor automotivo. Autopeças são vendidas ilegalmente, fruto de veículos roubados, furtados ou mesmo contrabando, sempre andou lado a lado com o mercado de drogas e armas, mesmo com o fechamento de desmontes de veículos após o rigor de sua nova legislação.

No entanto, o comércio eletrônico é um dos caminhos para o escoamento das autopeças técnicas fruto destes crimes, pois dificulta a sua rastreabilidade, e se confunde com autopeças de baixa qualidade. E, por mais que no e-commerce tenham componentes dentro de preceitos legais, muitas vezes não atendem as exigências das oficinas e também confundem os consumidores finais. Estas autopeças técnicas, com exigência de certificação compulsória exigida pelo INMETRO são encontradas facilmente em marketplaces. E não só. Peças de alto risco no manuseio do consumidor final também estão presentes neste ambiente eletrônico, sem qualquer aviso de periculosidade, da existência de Norma ABNT, da necessidade de ferramentas especiais ou mesmo de equipamentos de proteção individual. Também se encontra autopeças técnicas sem clareza de origem e procedência, e até mesmo oxi-sanitizadores que são verdadeiros explosivos quando aplicados de forma errada.

No mês passado, o Sindirepa Brasil (associação que reúne Sindirepas regionais), recebeu uma denúncia grave feita pela renomada oficina automotiva Scopino, localizada na cidade de São Paulo e que completou 50 anos. Um cliente com veículo Hyundai estava com seu carro em manutenção na reparadora e foi detectado uma autopeça técnica de qualidade duvidosa que – pasmem – não realizaria a função de acionar os airbags no caso de um impacto. E essa autopeça técnica é comercializada normalmente em uma famosa plataforma de marketplace. Claro que o mecânico, Pedro Scopino, ficou muito assustado e revoltado. Ele realiza a manutenção deste cliente há mais três anos. O carro já fez vistoria em duas seguradoras e o defeito só foi descoberto porque a resistência abriu e a luz de anomalia acendeu. Com toda a razão ele chama a atenção também do mercado e do legislativo, porque é um crime contra a segurança pública. Se o cliente batesse o carro, poderia se machacur, ou até mesmo morrer.

Por isso é muito importante as oficinas não se deixar enganar nestes ambientes de marketplace, ao encontrar autopeças reconhecidas, por exemplo, de marca de montadoras. Para cada autopeça técnica de qualidade, existem cinco ou dez, que são de procedência duvidosa. 

Por Luiz Sérgio Alvarenga –  Consultor especializado no aftermarket automotivo e Diretor da Alvarenga Projetos Automotivos

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